quando amamos alguém,
no infinito de nosso ser adentro,
no mais profundo do sentir,
e esta pessoa parte,
arrancada de nós
ou se despedindo pra sempre,
isto dói mortalmente.
acostumamo-nos, mas sem esquecer.
o tempo ameniza, eu sei,
mas é só isso: ameniza.
o tempo é incapaz na cura
da saudade de um grande amor.
adquirimos costume da ausência.
só isso, nada mais.
e o mais bonito é que,
ainda que sofridos,
continuamos a nos mover,
continuamos a lutar,
continuamos a esperar cada amanhecer.
e não desistimos dos sonhos.
talvez, agora, por nós próprios
ou, quiçá, por causa de quem se foi
ou - quem sabe? - por ambas razões.