minha alma ateia,
altas madrugadas,
busca a ti,
ó Infinito inenarrável.
andante, tropeço,
e no tatear da busca
enchendo de nada
o ser, busco a ti,
a ti, somente a ti.
sei que quando te busco,
tu já me encontraste,e
pois não posso buscar,
em em mim não estás.
então, por que o vazio?
por que a noite insone?
o desejo insaciável?
o árido da terra sem flor?
vem, amado, toma-me
- inteiro, não partes -
embala-me em teu seio,
acolhe-me em teu regaço.
dá-me a luz das estrelas,
o calor do braseiro,
a frescura do regato.
mergulhar em ti.
isto me basta.