balido das estrelas

olhei o céu infinito,
tão negro, tão negro.
pérolas luzentes,
inúmeras, inúmeras.
senti saudades,
saudade do passado,
saudade do futuro.

pode-se sentir saudade
do ainda não?
sim sem a alma
não for mesquinha.

alma mesquinha
conta créditos;
almas sonhadoras
plantam árvores e jardins.

sou pastoreador das estrelas.
algumas já não existem,
sei disso,
mas a vida sem elas,
mesmo as que já se foram,
perde o sentido.
eu sou as estrelas mortas,
elas vivem em mim,
tatuadas em cada parte de mim.

não descuro as estrelas vivas,
nem as que viverão.
afinal sou pastor.
pastor pastoreia,
só isso. nada além disso.
nada menos que isso.