ausência

as nuvens, cinzentas, prenúncio do inverno.
dentro de minh'alma o verão há muito se foi.
sinto-me gelado, sem rumo, sem prumo;
saudade do que se foi, ou do que ainda não veio.
não sei... é tão frio, mesmo que outono.

dores, na alma, no corpo, no sentido.
prefiro assim, janela fechada; silêncio dos pássaros.
o sol teima a brilhar, além das núvens.
sei disso... mas impossível alcançar as estrelas.
talvez possível, no entanto me nego.

sei que haverá verão, sei que haverá calor.
não vivo de incertezas.
no entanto o certo em mim, agora, neste instante,
é a tua ausência.
não tanto física, esta já me acostumei.
ausência de alma, esta dói mais.