Amanheci, aquele dia, muito vivaz.
Eu tinha entre 9 e 10 anos de idade.
Fui jogar bola.
Numa entrada mais dura, Azazel me acertou.
Eu não gostava muito dele.
Era um moleque atrevido.
Sardento, cabelo vermelho.
Olhos castanhos esverdeados, moreno.
Em outra jogada, satisfeito, diblei ele.
Ouvi: "ô seu filho da puta."
Rápidos, como um trovão, nos atracamos.
Impotente, eu tentava acertar o seu olho.
Quanto mais tentava, menos conseguia.
Rolávamos na nudez do campo.
Eu ficava acima dele ou ele, de mim.
Senti uma sensação, que não sabia ao certo, percorrer o meu corpo.
Era diferente da raiva.
Tive um pouco de medo.
Lembro apenas, que depois de um tempo, Gabriel me puxou.
Debaixo, ouvi um grito:
"æl, vem almoçar".
Na mesa, minha mãe diz:
"Depois de comer, levarás o almoço pro teu pai . Vá direto pra escola. Não fiques fazendo arte por ai. Daqui a um mês é tua primeira comunhão. Tu tens que te comportar melhor".
Eu respondo, lacônico: "tá bom".