tão generosa... tao cruel...

busca-me? ou eu te busco?
não queres respostas,
delas tu não necessita,
queres meu tudo.

em cada esquina te encontro,
ou és tu que encontras a mim?
não sei.
e o que importa?
levas, geralmente o que tenho de mais precioso.

fico sem palavras,
culpado de um crime ainda não cometido,
ou que cometi aos poucos
na esperança e não ser definitivo.
uma palavra, um abraço, um sentimento.

então chegas com tua paga.

tudo tu colhes,
tudo eu entrego,
pra sempre, caminho sem retorno.
generoso ou não.
e mesmo assim sinto-me assim:
tão perto, tão longe.
querendo tocar,
fora do alcance.

partir sem ir, e algo
sempre insistente em permanecer.

então repouso...
a nele, em sonhos,
insistente me encontras
e na fragilidade
de uma aurosa que esmaece
devo ser forte, guerreiro.
espera do tombo em combate.