ilusão

me interpelas, na esperança
que eu me sinta culpado,
porque ainda estou nos teus sonhos.

eu? por que eu?
nada fiz, nem consultei
as senhoras capazes de alterar destinos.

apenas fui eu, somente eu,
e, por isso, mesmo por ti proibido,
continuei a te amar.

sem feitiços, sem preces,
nem mesmo evoquei os deuses,
simples assim. só isso.

e, talvez, se ousares corajoso,
entenderás. não sou eu em teus sonhos,
és tu presente ainda em mim.