estarei para sempre

a ampla janela aberta
deu boas vindas à brisa.
calor amenizado, sensação boa.
junto com o ar,  o perfume da dama da noite
e o balançar do jambeiro amarelando o chão.
sabiás cantando... anoiteceu.
ascendi de estrelas o galho seco,
barba de velho, orquídeas e bromélias.
e entre as palhas douradas,
ajeitei o divino menino.
mãe, pastores e reis.
até mesmo o pai, o carpinteiro.
boi, ovelhas, o burrinho.
e a alma sonhou extasiada.
as azuis eram as minhas preferidas,
mas não desprezei o piscar das verdes,
das vermelhas, das brancas e amarelas.
gozoso, terceiro mistério.
senti-me francisco, o de assis ou de criciúma.
tudo lindo, muita paz. enanto.
e assim foi a minha última noite de natal.