dia feliz de vinte e cinco horas

noiteceu. noite brilhou
um piscar ali, outro acolá;
pirilampo, vagalume.
não sei bem distinguir.

cheiro de roça, milho verde;
o calor da noite de natal.
pisca-pisca natural,
esperando a visita do menino Deus.

memória de tempos idos,
tempo em que o papai noéis
ainda não existiam.
nem compras, nem perus ou pernil.

meia-noite era do galo,
sino batia só pros grandões,
nós pequeninos em sono profundo,
esperando o madrugar do dia-santo.

no presépio, com cheiro de pinheiro,
o prato vazio, o burrinho passou,
com ele o Deus menino
algo, muito simples, nos deixou..

roupa nova, feita em casa,
o sino tocava agora pra nós,
chocolate pra onze, quem se importava,
galinha na mesa, dia feliz, nasceu Jesus.