no turno da noite

tomei-me de coragem e me fiz noite.
a claridão tomou espaço em mim.
suspirei profundamente, cheio de atitude,
ignorei o tremor da alma,
mergulhei nos mistérios, ainda que com dores.

fui tirando as verdades, uma por uma,
às vezes lentamente; outras, de vereda,
golpe certeiro, ainda que cuidadoso.
desnudei-me e me deixei revelar
nos sonhos e medos, nas certezas e ilusões.

amanhecido, adormeci.
partado de mim mesmo,
vivo o sol na espera doutra noite.