e quando a noite chega,
sempre sem lua,
distante de ti,
preciso que me toques,
sem ter teus lábios
sem tuas mãos nas minhas mãos.
perdi a ti?
não.
só não mais aquecerás no frio.
silêncio. não digas nada.
não, não é preciso.
basta-me saber que estás
além travessia.
destino, sei lá o quê,
cego por tua ausência,
saiba que teus olhos,
ainda que distantes,
estão acesos,
e arrepiam a mim.
toque-me teus pensamentos,
isto basta;
sem corpo, arde sintonia.
não te enganes: passou.
permanecerá,
é pra sempre.
e as feridas? são marcas.
ainda que indeléveis.
com elas, to em ti
e tu em mim,
mesmo se braços alheios.
impossível travessia,
creia-me, estou,
valente guerreiro,
tomado de amor,
na outra margem do rio.