conto de natal

verão.
madrugada abafada.
o asfalto molhado
reflete mosaicos de luzes.

perdido na noite,
busca abraços e lábios
que, agora, são
vagas lembranças,
saudade.

caminha trôpego,
balbucia palavras,
desconexo e sedento.
boca seca, amarga de avelãs.

perdeu o rumo,
a direção da vida.
e, sem a estrela,
pergunta-se:
para onde ir?