frágil como todas as crianças,
seu choro interrompe o curso das estrelas,
enquanto o perfume da dama da noite inebria.
tudo é paz, é incerteza.
terá comida? agasalho? escola?
superará as agruras do inverno próximo?
são as poucas de inúmeras perguntas,
que a mãe engana no embalar o seu neném.
outras virão, é certeza.
destino severo, extrema pobreza.
e na espera do novo dia,
ouve-se, bem longe, o balido da ovelhas
e o grito rouco do pastor da noite,
parecem anjos, arautos de boa notícia.
feito de vaga-lumes, cocho e palha,
belo, mas sem aparência ou neve,
aquele presépio, o único e original,
anuncia algo novo, inaudito.
e assim deus habitou o mundo.